Qual a diferença entre renda fixa e renda variável? Descubra como investir
O mundo dos investimentos é composto por alguns termos que podem acabar confundindo quem está iniciando nesse mercado, como por exemplo a renda fixa e renda variável. Embora o nome de cada uma delas seja o suficiente para entendermos que uma renda tem valor fixo e a outra tenha variantes, é necessário entender como elas funcionam na prática, já que a renda fixa não é exatamente receber o mesmo valor mensalmente.
Antigamente, muitas pessoas acreditavam que a poupança era a melhor forma de aplicar o dinheiro e aumentar o patrimônio. No entanto, por ter uma rentabilidade baixa em relação a outros investimentos mais ousados e por ter como base a inflação, hoje são poucas as pessoas que de fato acreditam que a melhor forma de investir é deixar o dinheiro guardado em bancos nesse tipo de investimento.
Essa nova realidade fez com que muitas pessoas começassem a se interessar pelo mundo dos investimentos, incluindo renda fixa e renda variável, e até mesmo as moedas digitais.
Para que você entenda melhor como esse mercado funciona, separamos um post completo explicando mais sobre a renda fixa e renda variável, e ensinando como começar a investir em cada uma delas. Confira!
O que é a renda fixa?
Embora o nome renda fixa dê a entender que essa seja uma renda estática que segue o mesmo percentual ou valor mensalmente, o termo fixo não necessariamente significa isso.
Mesmo que alguns modelos de renda fixa, como o título prefixado do Tesouro Direto siga essa lógica, a regra geral para os investimentos de renda fixa é de que eles sejam estáveis tendo como base um critério pré-estabelecido, como o CDI e a taxa básica de juros.
Com isso, os riscos de investir em renda fixa são muito menores em comparação à renda variável, já que além dessas condições que dão uma certa estabilidade para o investimento, a renda fixa ainda conta com a FGC – Fundo Garantidor de Crédito. Em outras palavras, uma espécie de seguro para as aplicações feitas no valor de até R$250 mil.
É importante ressaltar, porém, que isso não anula os riscos da renda fixa, especialmente levando em conta que alguns emissores de títulos podem não honrar o compromisso, podendo gerar prejuízos para os investidores.
Quais investimentos são considerados renda fixa?
Títulos públicos
Hoje, os títulos públicos são um dos investimentos mais famosos de renda fixa, e nada mais são do que títulos de dívida pública que são emitidos pelo governo federal de tempos em tempos. Esses títulos são como empréstimos que o poder público usa para financiar seus investimentos e custos. Em outras palavras, quando você investe em títulos públicos é como se estivesse emprestando dinheiro para o governo, que lhe devolverá o dinheiro com juros.
Esses investimentos podem tanto ser pós-fixados ou pré-fixados. No caso de títulos pós-fixados, os títulos são baseados na Selic – Taxa básica de juros da economia brasileira – ou na inflação oficial, conhecida como IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Já em títulos pré-fixados, a taxa de remuneração é pré-definida antes da aplicação.
Esse tipo de investimento é protegido pelo FGC, desde que as condições sejam acertadas quando você aceita os termos do investimento e espera para resgatar o dinheiro até o final do prazo de vencimento do título. Do contrário, quando você realiza o resgate antecipado, o preço de revenda depende das condições de mercado. Isso não acontece apenas no caso do Tesouro Selic, que tem rentabilidade diária.
CDB – Certificado de Depósito Bancário
O Certificado de Depósito Bancário é parecido com o Título Público, mas nesse caso quem emite os títulos são os bancos, com o intuito de usar os recursos para financiar suas atividades.
A rentabilidade e liquidez desse tipo de investimento também podem ser pré-definidas antes que o cliente aceite realizar a aplicação, e nesses casos é mais comum que a rentabilidade tenha como base o CDI, que é menor que a taxa Selic, já que essa é a taxa usada nos empréstimos feitos entre os bancos.
É por isso que os CDBs aparecem com rentabilidade de, por exemplo, 130% do CDI, sendo o indicador de referência para o cálculo.
As condições de liquidez desse caso também são diferentes: quando o cliente se compromete a fazer o resgate apenas depois de um prazo determinado e se compromete a aplicar valores durante esse prazo mensalmente, as rentabilidades tendem a ser maiores em comparação aos CDBs onde o resgate é mais fácil.
Fundos
Algumas instituições financeiras oferecem os chamados fundos DI ou fundos de renda fixa, que nada mais são do que aplicações voltadas à arrecadação de recursos que será administrada por um profissional. Esse gestor será responsável por comprar e vender os fundos de acordo com sua experiência e conhecimento de mercado.
Apesar da grande vantagem de um profissional gerir os investimentos, é necessário levar em conta que nesses casos você terá que pagar uma taxa de administração dos valores.
Ou seja, o fundo de renda fixa nada mais é do que uma carteira de investimentos formada por opções de renda fixa como os próprios CDBs, títulos do Tesouro Direto, LCI e LCA.
Poupança
Embora seja o investimento menos rentável, a poupança também faz parte dos investimentos de renda fixa. Depois que sua rentabilidade ficou abaixo da inflação, esse recurso deixou de ser usado pela maioria dos investidores por representar a perda do poder de compra do dinheiro aplicado. Em outras palavras, ao invés de ganhar dinheiro, os investidores estariam perdendo a longo prazo.
Hoje, a poupança tem rendimentos baseados na Selic, o que significa que quando a taxa está abaixo de 8,5% ao ano, a poupança terá um rendimento de 70% da taxa. Quando passa desse valor, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês + a taxa referencial TR, que atualmente está zerada.
O que é renda variável
Enquanto a renda fixa possui algumas regras quanto ao rendimento, a renda variável não têm previsibilidade e por isso, são consideradas investimentos de risco maior. Afinal, têm mais volatilidade e oscilam no mercado de acordo com fatores externos,e especialmente ligados à política, economia e até mesmo crises, como acontece com a pandemia da Covid-19.
Embora aumente os riscos, a falta de previsibilidade é um dos principais fatores que fazem com que os rendimentos das aplicações variáveis possam ser muito maiores do que os rendimentos da fixa.
Um grande exemplo são as ações MGLU3, ações da empresa Magazine Luiza, que valorizaram mais de 2000% em dez anos e depois de alguns meses, sofreram uma leve queda. No entanto, essa queda não teve um impacto tão grande nos rendimentos, graças à grande valorização que sofreu.
O grande risco desse cenário é que não tem como prever com 100% de certeza que a empresa terá rendimentos promissores ao longo dos anos, especialmente porque não conseguimos prever exatamente como estará o mercado econômico futuramente, e nem o nicho em que a empresa está inserida.
Essa imprevisibilidade também acontece nos casos dos FIIs – Fundos Imobiliários. Imagine que um fundo tenha diversos imóveis de uma região específica da cidade. Em casos de desvalorização dessa região por iniciativa privada ou obra pública, a cota do fundo também será afetada.
Quais investimentos são considerados renda variável?
Ações
Hoje, o investimento mais conhecido na renda variável são as ações, que são pequenas frações de uma empresa que ficam disponíveis para que acionistas invistam seu dinheiro. Em outras palavras, se tornem pequenos sócios do negócio.
Isso porque, embora muitos investidores ganhem dinheiro com a compra e venda da ação no mesmo dia, o conhecido Day Trade, algumas pessoas optam por viver dos dividendos. Ou seja, da receita e lucro daquela empresa que será dividido proporcionalmente entre os acionistas, de acordo com a porcentagem da empresa que aquele investidor possui.
Além das ações, existem também os fundos de ações, que são administrados por profissionais com os fundos de renda fixa. Nesse caso, os profissionais estudam os títulos e empresas disponíveis para aplicar os recursos do cliente baseado na análise de cenário e risco de cada um dos fundos.
Fundos Imobiliários (FIIs)
Também muito conhecido entre os investimentos de renda variável, os fundos imobiliários são fundos que usam o valor arrecadado para aplicar recursos no mercado imobiliário. Com isso, quem aplica o dinheiro nos FIIs recebe uma renda extra mensal dos aluguéis, já que esses fundos são como uma espécie de dono dos imóveis que são alugados para terceiros, em sua maioria, empresas.
Embora todos os investimentos em fundos imobiliários tenham riscos, existe uma classificação de risco onde fundos de regiões variadas têm menos riscos do que fundos de apenas uma região.
Por que a renda fixa e renda variável é melhor do que a poupança?
Não podemos negar que a poupança é hoje o investimento considerado mais seguro entre os investidores que desejam formar reservas, mesmo que sua rentabilidade seja baixa.
Com isso, a longo prazo, o dinheiro parado acaba gerando uma perda no poder de compra, fazendo com que essa seja a opção menos vantajosa entre a renda fixa e variada.
Sabendo disso, muitas pessoas desejam sair da poupança, mas não sabem onde aplicar o dinheiro que estava guardado. O primeiro passo é avaliar seu perfil de investidor, que é descoberto por meio de um questionário com perguntas específicas, que normalmente é oferecido para o cliente no momento da abertura da conta em corretora de valores e até bancos.
Esse perfil levará em conta fatores como:
- tolerância à riscos de perdas;
- prazo das expectativas do investidor;
- patrimônio atual;
- objetivos a curto, médio e longo prazo.
Para quem usa a poupança como uma reserva, os especialistas em investimentos têm indicado aplicações em CDBs e Tesouro Selic, já que possuem prazos de resgate mais rápidos.
Para quem deseja rendimentos a longo prazo, pode se beneficiar de alguns CDBs com rendimentos mais altos, especialmente se você for fazer o resgate depois de 15-20 anos.
A partir disso, conforme o investidor desenvolve uma experiência maior com a renda fixa e variada, ele poderá mudar de perfil e passar a investir em rendas de risco maiores, e consequentemente, ter rendimentos também maiores.
Qual a diferença entre renda fixa e renda variável?
Rentabilidade e risco
A principal diferença com certeza está ligada com o rendimento de cada uma delas, afinal, por ser mais segura, a renda fixa têm rendimentos menores em comparação às rendas variáveis. Porém, é muito importante ressaltar que, por ter risco maior, as rendas variáveis podem resultar em perdas, o que acontece com menos frequência na renda fixa.
Quando um investidor aplica dinheiro em um ativo de renda fixa, ele possui uma previsão maior de quanto o dinheiro renderá ao longo dos anos, ou seja, ele não precisa se preocupar com fatores como volatilidade e lei de oferta e demanda, que regem grande parte dos investimentos de renda variável.
Porém, lembre-se que esse investimento não poderá ser considerado um investimento de risco zero. Embora seja mais baixo, e tenha garantias em casos de perdas, a renda fixa pode resultar em perdas de uma certa quantidade dos ativos em casos de não cumprimento dos órgãos emissores.
Segurança
O FGC é hoje uma das maiores garantias da renda fixa, especialmente para quem investe valores menores do que R$250 mil. Isso porque, nos casos em que o emissor vá à falência, o FGC garante o pagamento do investimento que estiver abaixo desse valor.
Em contrapartida, os investimentos de renda variável não possuem essa segurança, e a preferência por esse tipo de renda se dá aos rendimentos maiores e em tempos menores comparado à renda fixa. Afinal, dentro do mercado dos investimentos, é necessário que você saiba que o mais comum é que quanto maior for o risco daquele investimento, maior será a possibilidade de ganhos e menor o prazo de resgate.
Isso significa que se no seu perfil de investidor não há tolerância para perdas, esse tipo de investimento ainda pode não ser a melhor opção para você, e a recomendação é sempre optar pela renda fixa de forma inteligente até que você se acostume com o mercado.
Indicador de rendimento
A renda fixa abrange indicadores como o IPCA, CDI, IGPM e Selic, que são taxas importantes no mercado, que variam diariamente até o vencimento daquele ativo, em decorrência de diversos fatores externos.
Essa variação, ou seja, ganhos ou perdas, é ainda mais contundente na marcação a mercado, que é colocada em prática quando o investidor resgata o ativo antes do prazo final que já foi estabelecido. Esse resgate, nesse caso, seria a venda do ativo.
Esse valor a mercado é um conceito da matemática financeira que atualiza o preço de um ativo em questão com ajuste diário, podendo causar tanto sua desvalorização quanto valorização.
Quando o investidor espera até o prazo final para receber a remuneração, leva-se em conta as taxas acordadas no momento da aplicação, que pode ser qualquer uma das taxas citadas acima.
Enquanto isso, os investimentos de renda variável possuem uma volatilidade menos específicas, já que qualquer alteração na economia é o suficiente para desvalorização ou valorização daquela ação, não sendo necessário que algo atinja diretamente aquele papel. Com isso, não baseia-se nas mesmas taxas que a renda fixa para estabelecimento de preço, sendo o maior fator de influência no valor das ações a lei da oferta e demanda, e cenário atual econômico e político.
Descubra como investir em renda fixa e renda variável
Agora que você entendeu a diferença entre as duas rendas e viu a vantagem de cada uma delas, é hora de aprender como investir para gerar rendimentos.
Passo 1: Defina seu objetivo
O primeiro passo para começar a investir em renda fixa ou variada é definir seus objetivos. Assim, você consegue escolher o melhor prazo, melhor ativo e quais os riscos e retorno mais recomendados. Por exemplo, se você deseja poupar dinheiro para uma reserva, é indicado escolher investimentos que você possa fazer o resgate quando quiser, sem prazo. Mas se você deseja fazer uma reserva a longo prazo para uma meta específica, como comprar uma casa, o indicado são os CDBs de longo prazo, com rendimento maior.
Passo 2 – Descubra seu perfil de investidor
Caso você ainda não saiba qual seu perfil de investidor, é necessário descobrir nesta etapa para definir se você é conservador, moderado ou arrojado. Somente com esse perfil você sabe qual o melhor investimento para te deixar mais tranquilo e saber exatamente como administrar sua carteira.
Passo 3 – Estude
Antes de investir em rendas fixas e variadas, é necessário estudar não somente o cenário e o mercado, mas também quais as melhores formas de analisar os ativos. Para isso, monte um planejamento e determine quais serão os investimentos, qual a porcentagem da sua carteira em renda fixa e variada e veja quais serão os investimentos: ações, títulos, CDBs, fundos etc.
Passo 4 – Abra sua conta em uma corretora
Agora que você tem tudo organizado, é hora de abrir uma conta em uma corretora caso ainda não tenha. Afinal, para investir, você precisa do suporte dessas empresas para conseguir atuar no mercado.
Passo 5 – Transfira os recursos
Depois que a conta estiver aberta, faça uma transferência dos valores que deseja investir para sua corretora por meio de TED, DOC, PIX, dependendo do tipo de transferência que a empresa aceita. Uma vez que o dinheiro estiver na conta da corretora, você pode buscar os ativos na plataforma e fazer as configurações de valores e quantidades de cada ativo, dependendo da forma de atuação da corretora.
Passo 6 – Diversifique a carteira
Nossa principal dica para quem deseja investir em renda fixa e variada é diversificar a sua carteira e investir mensalmente. Além disso, sempre que possível reinvestir os dividendos especialmente para resultados a longo prazo. Quanto maior a diversificação da carteira, ou seja, quanto mais tipos de ativos diferentes ela tiver, maiores os rendimentos com o passar do tempo.
Agora que você viu qual a diferença entre renda fixa e renda variável e aprendeu a como investir nesses ativos, não deixe de estudar mais sobre o mercado de investimentos atual. Hoje, uma das rendas variáveis com maiores lucros são as ações, especialmente para investidores que têm um conhecimento mais abrangente e conseguem fazer uma análise mais específica de cada um dos ativos para avaliar as chances de valorização e desvalorização dos ativos de forma mais precisa.
Curso de Introdução à Bolsa de Valores Grátis
O Curso Grátis de Introdução à Bolsa de Valores é um curso totalmente gratuito para qualificação de investidores que estão em busca de conhecimento para fazer qualquer aplicação financeira, indo desde a caderneta de poupança à aplicação em ações. Um dos pilares do curso é mostrar ao aluno que o aumento do capital não deve ser a causa e sim a consequência de um criterioso estudo de todos os fatores que podem afetar a rentabilidade das suas aplicações. Em outras palavras, este curso tem como objetivo mostrar a importância da educação financeira para o aumento do seu capital, medido pelo valor do seu patrimônio em ações, imóveis, renda fixa etc.
Ao final deste curso de introdução à bolsa de valores você estará pronto para iniciar seus investimentos em ações de forma segura, pois aprenderá tópicos como:
- O que é uma bolsa de valores;
- O que é uma ação;
- Tipos de ofertas públicas de ações;
- Direitos e benefícios do acionista;
- Como analisar os indicadores e tendências de mercado;
- e muito mais.
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