Entenda o papel das ONGs dentro dos movimentos sociais no Brasil
O terceiro setor tem grande participação na defesa de condições de vida dignas para populações vulneráveis, e por isso o papel das ONGs dentro dos movimentos sociais no Brasil tem sido crucial para a construção de oportunidades para os brasileiros.
Nesse cenário social complexo do país, cada organização que atua em defesa de melhores condições de vida tem o seu lugar e tem contribuído de maneiras variadas, construindo uma verdadeira e completa rede de apoio.
As entidades sem fins lucrativos se valem de metodologias e práticas pedagógicas diversas e, por ocuparem-se de atividades práticas específicas, conseguem atender a uma demanda que não está sendo coberta por outras instituições, como o Estado, por exemplo.
Por sua organização e atividades, se mostram como verdadeiras aliadas às práticas das ações dos movimentos populares, que reivindicam mudanças estruturais a longo prazo.
Entenda agora um pouco mais dessa relação benéfica entre o terceiro setor e os movimentos sociais no Brasil e saiba como você pode fazer parte de estratégias de atuação para contribuir com o desenvolvimento da cidadania e da igualdade.
Histórico da relação das ONGs e os movimentos populares
Em 1950 a Organização das Nações Unidas utiliza pela primeira vez o termo “ONG”, mas no Brasil é apenas em meados da década de 70 que essas instituições passam a serem criadas de forma mais intensa. Junto a elas há também uma proliferação de movimentos e organizações sociais e comunitárias, principalmente em grandes centros urbanos.
Desde esse princípio, tanto as instituições sem fins lucrativos quanto os movimentos populares passam a ocupar-se da demanda de defesa dos direitos civis, ambientais e humanitários e também reivindicam o direito de organizarem-se separadas do governo brasileiro.
Assim, inicia-se uma história de apoio mútuo em que o papel das ONGs no cenário sócio-político brasileiro impacta diretamente a atuação dos movimentos sociais, contribuindo efetivamente com a construção de uma sociedade democrática no final da década de 80.
Essa relação de amparo mútuo continua nos anos 90 com o Terceiro Setor estruturado – agora abarcando também empresas e fundações – e a sociedade civil organizada de forma mais diversificada. O papel das ONGs dentro dos movimentos sociais passa a modificar-se devido a amplitude que alcançam, mas continua sendo essencial à vitalidade daquelas organizações.
Papel das ONGs dentro dos movimentos sociais de hoje
As ONGs
Hoje são mais de 290 mil associações sem fins lucrativos e fundações privadas em nosso país, segundo dados Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. E tanto as ONGs quanto os movimentos sociais passam a se configurar de formas mais diversificadas e complexas.
Um exemplo é que, diferentemente do início, com esse número de instituições sem fins lucrativos, são investidos mais de 2,2 bilhões de reais em diferentes projetos, tanto de cunho social, como ambiental e cultural, e que variam em sua metodologia até no que se refere aos tamanhos das entidades.
Os movimentos sociais
Do outro lado, os diversos movimentos sociais, até por sua própria concepção não estar vinculada a fontes de captação monetária e sim à conquistas junto ao Estado, captam muito menos recursos financeiros, sendo muitas vezes apenas o valor necessário para a permanência do movimento em si.
Esse tipo de organização atua reivindicando ações a longo prazo e que afetem estruturalmente as situações sociais, ambientais e culturais. Demandam por atitudes governamentais mais efetivas para a solução de problemas enraizados na cultura brasileira, como moradia, educação, acesso à cultura, saúde e transporte, por exemplo.
Entretanto, sem capitalizar grande quantias, os movimentos sociais têm atuações mais limitadas em relação aos investimentos que focam em reparação sócio-cultural imediata.
Como as ONGs contribuem
É nesse âmbito que o papel das ONGs dentro dos movimentos sociais se torna mais relevante. Ainda que as instituições sem fins lucrativos não reivindiquem o papel de solucionar todos os complexos problemas da sociedade atual, o capital investido em ações sociais geralmente é investido em soluções imediatas para os problemas complexos que são bases das reivindicações dos movimentos sociais.
Devido sua flexibilidade, a captação de recursos e ao número de colaboradores, as ONGS conseguem contribuir por meio do corpo de voluntários e pela capacidade de investimentos na amenização de problemas enfrentados pela população, realizando ações que contribuem para reparações urgentes nas mais diversas problemáticas.
Outro papel das ONGs para a sociedade
As ONGs também contribuem com os movimentos sociais ao aproximar instituições de ensino, inovação e pesquisa das realidades sociais existentes. Por estarem vinculadas a ações efetivas em comunidades ou ambientes, conseguem incluir estudantes, pesquisadores e outros interessados na realidade cotidiana e promover uma relação mais saudável e produtiva entre ambas partes.
No caso de projetos ambientais, por exemplo, ONGs com voluntários biólogos ou engenheiros promovem o compartilhamento de conhecimentos acadêmicos e científicos em espaços cuja situação ambiental está degradada e precisa de novas tecnologias e metodologias para sua recuperação.
Na área de moradia, estudiosos da arquitetura e das engenharias desenvolvem técnicas de construção civil e soluções urbanas baseadas em novos conhecimentos, muitas vezes aplicados e validados por países de primeiro mundo.
O mesmo ocorre para ONGs que atuam na proteção dos animais, por meio do auxílio de veterinários preocupados com essa causa, por exemplo.
Essa ponte criada pelas organizações e fundações sem fins lucrativos com as instituições de ensino e a comunidade promove o bem-estar dos envolvidos, impactando em pequenas mudanças no cotidiano.
Além disso, em diversos níveis, contribui para que militantes e componentes de movimentos sociais ou populares tenham mais disponibilidade emocional e física, além de melhores condições e consciência para reivindicarem mudanças estruturais em suas áreas de atuação.
Formas de ajudar ONGs e Movimentos sociais
Pessoas que desejam contribuir para a redução das desigualdades ou impactar positivamente na cultura e no meio ambiente, podem contribuir tornando-se membros em organizações não governamentais que atuem na área desejada.
Mesmo componentes de movimentos sociais são bem-vindos, já que as atuações se complementam e os saberes são multiplicados pela troca de informações.
O voluntariado pode agir em reivindicações a longo prazo, identificando-se com movimentos populares nas lutas por direitos ou por melhorias cidadãs e contribuir com um projeto social.
Um exemplo seria atuando na formação de jovens que não tem acesso à educação formal, por meio de institutos de inclusão social, projetos que investem em esportes ou pedagógicos, por exemplo.
É possível ainda obter um retorno monetário e ter os direitos trabalhistas garantidos ao atuar efetivamente em uma instituição do terceiro setor.
O papel das ONGs dentro dos movimentos sociais se mostra essencial e diversificado, principalmente pela capacidade de agir em aspectos que os movimentos encontram limitações ou dificuldades.
Se você gostou desse post e quer conhecer mais sobre diferentes movimentos sociais, clique aqui e descubra a trajetória e a história do MSLM, a organização responsável pela ocupação do prédio que desabou em São Paulo.
Stories
Posts Recentes
- Dicas essenciais para dirigir em condições adversas com segurança
- Como reduzir pontos cegos no veículo e evitar acidentes no trânsito
- Como manter a atenção no trânsito e dirigir com mais segurança
- O Fim da Escala 6×1 no Brasil? Entenda o debate e as regras
- Qual a lei da direção defensiva?
- Direção Defensiva: Veja os Fundamentos para uma Condução Segura
- Conheça os tipos de direção defensiva que todo motorista precisa
- A influência das condições climáticas na direção defensiva
- 9 Dicas Essenciais para Praticar Direção Defensiva no Trânsito
- Quais são as principais infrações de trânsito e suas consequências?
- Quais são os 5 pilares da direção defensiva?
- Como funciona a educação inclusiva no Brasil?