Festa Junina: origem, história e tradições
Com o mês de junho se iniciando, as festas bastante conhecidas e animadas, caracterizadas por danças, bebidas quentes, fogueiras, comidas típicas, bandeiras etc, também começam a surgir. A festa junina, como é conhecida, é um tipo de festa realizada no mês de junho por todo o país. Hoje, vamos lhe mostrar mais a respeito dessa comemoração, suas tradições, origem e comidas típicas. Acompanhe com a gente.
Origem e história da festa junina
Há três explicações para o nome “festa junina”. A primeira seria que o nome foi dado de acordo com as festividades religiosas que aconteciam, e ainda acontecem, durante o mês de junho. Essas festas são homenagens a três santos católicos: São Pedro, São João e Santo Antônio.
Já uma segunda versão diz que o nome da festa tem origem nos países católicos europeus, o que significa que seria uma homenagem apenas a São João. A princípio, o nome da festa era Joanina.
Alguns historiadores afirmam que a festividade chegou ao Brasil no período colonial, trazida pelos portugueses. Durante essa época, houve grande influência de elementos culturais portugueses, espanhóis, chineses e franceses.
Da França, podemos dizer que veio a dança marcada, uma característica típica das danças nobres que influenciou as quadrilhas no Brasil. Igualmente, da China recebemos a tradição de soltar fogos de artifícios, uma vez que nessa região teria surgido a manipulação da pólvora para fabricar fogos.
Todos esses elementos culturais trazidos de Portugal acabaram se misturando aos aspectos culturais brasileiros (indígenas, imigrantes europeus e afro-brasileiros) nas diversas regiões do país, o que deu à festa características particulares em cada um dos Estados brasileiros.
Enfim, a terceira origem da festa junina diz respeito a uma festa pagã, que ainda antes da Idade Média anunciavam o solstício de verão e de inverno, homenageando os deuses da natureza e da fertilidade.
Comidas típicas
Grande parte dos salgados, doces e bolos que estão relacionados à festa junina sejam feitos de milho, já que o mês de junho é o mês de colheita do alimento. A pamonha, o milho cozinho, o curau, canjica e bolo de milho são alguns exemplos que podemos citar.
Da mesma forma, também temos no cardápio: bolo de amendoim, arroz doce, pé de moleque, bolo de pinhão, quentão, vinho quente etc.
Outras comidas que também podemos citar são:
- baba de moça;
- biscoito de polvilho;
- suspiro;
- paçoca;
- pipoca;
- cuscuz;
- queijadinha;
- cocada;
- doce de abóbora;
- maria-mole;
- quindim.bolo de milho, uma das comidas típicas das festas juninas
Principais tradições
O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que são usadas como centro para a famosa dança típica chamada quadrilha. Balões também fazem parte do cenário, embora estejam ficando cada vez mais raros nas festividades devido as leis que proíbem a prática, já que esses ornamentos apresentam riscos de incêndio.
Na região Nordeste do país, é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos são caracterizados por andarem e cantarem pelas ruas da cidade, passando pelas casas onde os moradores deixam uma grande quantidade de comidas e bebidas nas portas e janelas para que eles degustem.
Já na região Sudeste, é uma tradição muito forte a realização de quermesses, festas populares organizadas por igrejas, colégios, instituições, empresas e sindicatos. Contam com barraquinhas de jogos para animar os visitantes e comidas típicas.
Simpatias para mulheres solteiras que querem casar também é uma tradição, já que Santo Antônio é conhecido por ser o santo casamenteiro. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o que chamam de “pãozinho de Santo Antônio”, que deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa para nunca faltar alimento. Da mesma forma, as mulheres que querem casar devem comer este pão.
Brincadeiras
Pescaria
A pescaria é uma das brincadeiras mais conhecidas e tradicionais de uma festa junina. A princípio é uma brincadeira simples, a brincadeira é bastante divertida e consiste em pescar peixes numerados dentro de uma piscina cheia de água ou um recipiente grande com areia.
Em alguns locais, o ganhador é aquele quem pescar mais peixes no total. Por outro lado, em algumas quermesses e regiões, cada número representado nos peixes corresponde a um prêmio diferente que o pescador ganha ao final.
Jogo das argolas
Com uma distância boa de garrafas cheia de água, os participantes recebem cinco argolas e tentam acertar cada uma delas nas garrafas. Dessa forma, o vencedor é aquele que acertar mais argolas no total.
Boca do palhaço
Os jogadores recebem três bolinhas e então tentam acertar a boca do palhaço em uma fila indiana. As bolinhas podem ser feitas de meia ou bolinhas de tênis. O vencedor é aquele que acertar mais vezes, ou então acertar todas as bolinhas.
Corrida do saco
A corrida de saco se resume em uma corrida onde os participantes pulam vestindo um saco de estopa. Assim, aquele que atingir a linha de chegada primeiro ganha a partida. Também é possível realizar essa corrida em duplas.
Jogo do rabo do burro
Com um burro desenhada em papelão ou madeira e pendurado na parede, os participantes devem, com os olhos vendados, posicionar o rabo do burro no lugar correto. Já com os olhos vendados, devem ser girados algumas vezes para que percam a referência.
Derrubando latas
A brincadeira se assemelha bastante ao boliche tradicional, mas ao invés de usar pinos usa-se latas. Para participar, basta derrubar as latas atirando bolas feitas com meias. Portanto, o vencedor é aquele que derrubar a maior quantidade de latas.
Correio elegante
Embora não seja considerada uma brincadeira em si, é algo bastante encontrado nas festas juninas. Os organizadores da brincadeira são as pessoas responsáveis por entregar os bilhetes, que podem conter mensagens de amor, amizade, paquera ou apenas brincadeira. Dessa forma, eles podem ser anônimos ou apresentar um remetente.
Pau de sebo
Um tronco de árvore grande é fincado no chão e é passado algum tipo de cera ou sebo de boi. Assim, o tronco fica liso e escorregadio. No topo desse pau, é colocado algum brinde de valor ou uma nota de dinheiro. A brincadeira fica divertida pelo fato de que a maioria dos participantes não conseguem subir e acabam escorregando.
Quebra-pote
Um pote fino de cerâmica é preenchido com doces e balas, e em seguida, amarado em uma trave de madeira. De olhos vendados, o participante tentará acertar o pote com uma madeira. Quando o pote é quebrado, todos podem correr para pegar as guloseimas no chão.
Corrida do ovo na colher
Igualmente, outra brincadeira muito comum nas festas juninas é a corrida do ovo na colher. Nessa corrida, coloca-se um ovo em uma colher de sopa e com a boca segura-se o objeto pelo cabo. Os participantes devem atingir linha de chegada sem derrubar o ovo. Quem chegar primeiro vence a corrida, contanto que o ovo esteja intacto.
A fogueira e os rojões
Uma lenda católica conta que a prima de Maria, Isabel, na noite em que João Batista nasceu, acendeu uma fogueira para avisar a novidade à prima. Por essa razão, a fogueira é considerada um elemento fundamental da festa e costuma ser acesa na hora da Ave Maria, às 18:00h.
Na festa de Santo Antônio, o formato da fogueira é quadrangular, enquanto na de São Pedro seu formato é triangular. Já na de São João, o formato é arredondado na base e forma uma espécie de pirâmide.
Embora algumas pessoas acreditem que os rojões tenham sida uma tradição vinda da China, a lenda também diz que os fogos de artifício eram usados para despertar São João e chamá-lo para comemorar o seu aniversário, enquanto o barulho das bombas e rojões eram usados para espantar os maus espíritos.
Já o costume de soltar balões surgiu decorrente da ideia de que eles poderiam levar os pedidos dos fiéis aos céus e a São João.
Quadrilha
Outra coisa que não pode faltar em uma festa junina é a quadrilha, dança inspirada na dança de salão francesa Quadrille. Antigamente, era dançada por populares, mas nos dias de hoje é vista apenas como uma atitude teatral e festiva com ideais folclóricos e acadêmicos.
O grupo é composto por pares vestidos de caipiras e é aberto por um noivo e uma noiva, que encenam um casamento fictício. As vestimentas costumam mostrar remendos e retalhos, e os homens usam um chapéu de palha para completar o visual.
No Nordeste brasileiro, o forró é o ritmo mais pedido nas festas juninas, bem como xote, baião, samba de coco etc. O sanfoneiro Luiz Gonzaga, nascido em Pernambuco, é o músico considerado mais famoso nas festas juninas dessa região.
A quadrilha recebe nomes diferentes de acordo com Estado: em São Paulo, por exemplo, é conhecida como quadrilha caipira. Na região central do país, como saruê. Na Bahia, baile sifilítico. No Rio de Janeiro, mana-chica. Em Sergipe, enfim, é conhecida apenas como quadrilha.
Assim, podemos concluir que a festa junina é um evento muito famoso em todas as regiões do Brasil. Sua comida típica e brincadeiras acabam conquistando não somente as crianças, mas também os jovens, adultos e idosos. Além disso, é uma festividade considerada muito popular nas escolas.
E aí, gostou do nosso post? Não esqueça de deixar um comentário para nos contar como a quadrilha é conhecida aí na sua cidade!
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